Abate Clandestino x Abate Humanitário
- inspecaomedvet
- 29 de out. de 2015
- 3 min de leitura
Prejuízos do abate Clandestino
O abate clandestino é aquele realizado sem a inspeção de um médico veterinário oficial, sem exame do animal antes e após a morte por parte de um servidor qualificado e treinado para a atividade. Os prejuízos causados pela existência do abate clandestino no Brasil são enormes e de difícil mensuração, mas podemos citar alguns deles:
Á saúde pública:
Os abates clandestinos são efetuados em locais impróprios, sem estrutura adequada e sem higiene, que resultam em contaminação do produto e prováveis doenças nos consumidores. Mas, devido à estrutura inadequada o meio ambiente também é prejudicado, pois os dejetos produzidos durante a atividade de abate não são tratados como ocorre nos estabelecimentos registrados no DIPOA. Portando, há riscos de contaminação ambiental, propagação de vetores transmissores de doenças e maior prejuízo a saúde pública.
À economia nacional:
O abate clandestino muitas vezes é aplicado a animais roubados (abigeato), prejudicando os produtores rurais, pela perda de seus animais e o Estado pela perda na arrecadação de impostos.
Portanto, o abate clandestino representa um risco incalculável para a saúde pública, gera prejuízo fiscal, não gera empregos, gera sofrimento aos animais e prejudicam o desenvolvimento das comunidades.
Aos animais:
O abate clandestino é normalmente realizado em instalações extremamente precárias com pessoas despreparadas e com instrumentos e técnicas inapropriadas. Este despreparo, além de submeter os animais ao sofrimento, resulta em pouco aproveitamento de suas partes caracterizando total desrespeito à vida perdida. No abate clandestino não existe, tampouco, qualquer controle quanto ao trânsito de animais, item de suma importância na prevenção de doenças que afetam os rebanhos, limitando o comércio internacional de produtos de origem animal, como é o caso da febre aftosa.
Bem-estar Animal / Abate Humanitário
Existem diferenças significativas nas carnes obtidas de animais tratados adequadamente (abate humanitário - Instrução Normativa nº 3, de 17 de Janeiro de 2000 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) daquelas obtidas de animais abatidos clandestinamente. Os estabelecimentos registrados nos Serviços de Inspeção atendem as normas nacionais e internacionais de abate humanitário (abate sem sofrimento), utilizam estruturas e equipamentos adequados e funcionários treinados. O Serviço de Inspeção Federal - SIF atua junto a estes estabelecimentos garantindo o manejo seguro e ético aos animais que originam os alimentos. O DIPOA integra a Comissão Técnica Permanente de Bem Estar Animal (CTBEA) do Ministério da Agricultura.
Desde o ano de 2008 o Brasil lidera o ranking de maior exportador de carne bovina do mundo e segundo pesquisas até o ano de 2020 vai ser o maior produtor de carne bovina, ultrapassando os Estados Unidos.
A forma de abate, transporte e produção afetam muito a qualidade da carne que chega a mesa do consumidor. Não deve ocorrer sofrimento e muito menos estresse para o animal. Estima-se que cerca de 70% dos abatedouros são regularizados e os abates ocorrem de maneira que não haja sofrimento, fazendo com que a carne seja de melhor qualidade.
Para que ocorra o abate, o animal tem que estar em dieta hídrica e em jejum de no mínimo 12 horas. Para os animais que serão abatidos e exportados para a União Européia tem que estar brincados e terão que ficar 90 dias na Base Nacional de Dados do MAPA e 40 dias na última propriedade. Estas regras são exigências da União Européia.
No caso de bovinos, o abate se dá primeiramente por meio da insensibilização através da pistola de dardo cativo, com objetivo de deixar o animal insconciente. Em um ponto certo na cabeça do animal, o funcionário posiciona a pistola e dispara. O animal perde a consciência imediatamente, para então sofrer a sangria através da secção dos grandes vasos do pescoço. Somente após a sangria completa (que deverá durar no mínimo três minutos) é que as operações pertinentes ao abate poderão se iniciar. Completados essas etapas, são retirados os chifres (convertidos em farinha ou vendidos inteiros) e as patas para retirada do mocotó. Depois ocorre a retirada do couro, podendo ser manual ou com auxilio de maquinas, processo chamado de esfola, seguinte, ocorre a retirada da cabeça e vísceras. Para ser refrigeradas e adquirir maciez ser apropriadas ao consumo as carcaças são cortadas ao meio e guardadas em camaras frias com a temperatura de 0° a 4º por 24 a 48 horas. Por fim são cortadas em tamanhos menores e embaladas. As vísceras também seguem para o consumo.
Fonte: http://www.agricultura.gov.br/animal/dipoa/dipoa-consumidor/olho-vivo
Fonte das fotos: www.mpba.mp.b
Comments